João Lourenço foi “dolorosamente decepcionante”
Neste último episódio antes de uma pausa para férias — regressaremos apenas a 17 de Setembro — debatemos, na primeira parte, os acontecimentos da semana passada em Angola, inicialmente convocados por taxistas em reacção ao aumento dos preços dos combustíveis. O que começou como uma manifestação transformou-se rapidamente em tumultos, vandalismo, pilhagens e confrontos. O balanço final foi trágico: 30 mortos, 277 feridos e mais de 1200 detenções. A reacção do Presidente angolano, João Lourenço, chegou apenas na sexta-feira. No seu discurso, atribuiu a responsabilidade dos incidentes a “cidadãos irresponsáveis” — pessoas, segundo ele, ingénuas e influenciadas por maus conselhos, tanto internos quanto externos. Elísio Macamo classificou essa intervenção como “dolorosamente decepcionante”. Ainda na primeira parte, abordamos a longevidade dos líderes africanos, com destaque para Paul Biya, Presidente dos Camarões, que, aos 92 anos, anunciou a sua recandidatura nas eleições presidenciais marcadas para 12 de Outubro. Caso seja reeleito para o seu oitavo mandato consecutivo e o cumpra até ao fim, Biya terá 99 anos. Na segunda parte, discutimos a situação na província moçambicana de Cabo Delgado, onde os jihadistas do Al-Shabab, em guerra desde 2017 em nome de Alá, intensificaram os seus ataques nas últimas semanas. O nosso convidado é o jornalista moçambicano Estácio Valoi, reconhecido pelo seu trabalho de investigação e membro fundador do Centro de Jornalismo Investigativo. Colaborador regular da imprensa nacional e internacional, Valoi foca-se sobretudo em temas relacionados com o meio ambiente e a exploração de recursos naturais. See omnystudio.com/listener for privacy information.