Reinaldo, membro fundador da Valinor e Doutor em Tolkien, discute um excerto inicial do conto "A Queda de Gondolin". O ponto central da discussão é uma antiga versão do texto de Tolkien que compara a destruição da cidade élfica de Gondolin com a queda de cidades humanas históricas como Babilônia, Nínive, Troia e Roma. O podcast explica que essa inclusão de eventos da história humana nos mitos élficos reflete uma concepção inicial de Tolkien de que seu legendário era um passado mítico direto do nosso próprio mundo. Contudo, o apresentador nota que o autor posteriormente aumentou a distância temporal entre a Terra Média e o presente para conferir maior separação imaginativa às suas obras. O episódio ainda menciona a figura do viajante humano Eriol, que registra essas histórias élficas, conectando-as à história dos anglo-saxões.
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11:46
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Eucatástrofe: O Conceito de Guinada Feliz em Tolkien
Reinaldo J. Lopes, Doutor em Tolkien e Fundador da Valinor, acompanhado de sua fiel escudeira Zelda, discute o conceito de eucatástrofe, um termo cunhado por J.R.R. Tolkien que significa a "boa catástrofe" ou uma virada inesperada e maravilhosamente feliz na narrativa. Nosso anfitrião explica que, embora complexo, o conceito é crucial para a obra de Tolkien, citando o final de "O Hobbit" e "O Senhor dos Anéis" como exemplos centrais, destacando a emoção eucatastrófica na exclamação de Bilbo sobre a chegada das águias. Reinaldo distingue a eucatástrofe de um mero "deus ex machina", argumentando que ela deriva logicamente dos eventos da história, mas é percebida como uma graça miraculosa. Por fim, ele explora a conexão do conceito com o ensaio de Tolkien "Sobre Histórias de Fadas", onde a eucatástrofe é vista como a verdadeira forma do conto de fadas e é explicitamente ligada à fé cristã de Tolkien, comparando-a ao Evangelho (boa nova) e vendo a Encarnação e Ressurreição de Jesus como a eucatástrofe da história humana
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18:32
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Seriam as Cousas Tumulares... Elfos?
Reinaldo, que é especialista na obra de Tolkien, discute a origem das Cousas Tumulares da Terra-média. Ele apresenta uma hipótese pessoal de que essas entidades seriam elfos caídos ou corrompidos, em vez de espíritos de homens. Para fundamentar essa teoria, ele recorre ao texto "Leis e Costumes entre os Eldar" do volume 10 de A História da Terra-média, que detalha a natureza da vida e morte élfica e a possibilidade de espíritos (ou fea) recusarem a convocação para os Salões de Mandos. Essa recusa, segundo o texto, poderia levar o espírito a vagar sem corpo, passível de ser escravizado por Sauron, o que se alinharia com a descrição das Cousas Tumulares. O podcast conclui notando que o legendarium de Tolkien possui inconsistências, como a voz de um Númenoriano que Merry exibe brevemente, mas defende que a hipótese dos elfos corrompidos é a mais coesa com os textos tardios.
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23:27
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A Abordagem Filológica Única das Línguas de Tolkien
Zelda, acompanhada do especialista em Tolkien Reinaldo, discutem a singularidade das línguas criadas por J.R.R. Tolkien, especialmente as línguas élficas, em comparação com outros idiomas ficcionais como o Alto Valiriano ou o Klingon. Reinaldo argumenta que o diferencial de Tolkien reside em sua abordagem filológica e sua compreensão da linguística histórica, que era sua profissão. O texto explica que Tolkien aplicou seu conhecimento sobre a evolução natural dos idiomas do mundo real, como o tronco indo-europeu e leis como a Lei de Grimm, para criar um ancestral comum para as línguas élficas, simulando a diferenciação linguística que deu origem ao Quenya e ao Sindarin. Essa criação de uma revolução linguística simulada, baseada em processos reais de mudança fonética e semântica, é apresentada como uma conquista artística e acadêmica única de Tolkien. O autor sugere que poucas outras pessoas teriam o mesmo nível de conhecimento, paciência e obsessão para replicar tal nível de detalhe.
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16:17
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O Mal Como Ausência na Obra de Tolkien
Reinaldo, especialista em Tokien e membro fundador da Valinor, acompanhado da fiel Zelda, discute o conceito de mal na obra de J.R.R. Tolkien sob uma ótica filosófica e conceitual. O foco central da discussão é a ideia de que o mal é a ausência ou privação do bem (conhecida em latim como privatio boni), em vez de uma força criativa própria. Reinaldo usa um trecho de O Senhor dos Anéis, onde Frodo explica que a Sombra só pode zombar e perverter, mas não criar coisas novas e reais, para apoiar essa doutrina. Para contextualizar essa visão, ele faz uma comparação com os escritos de Santo Agostinho, que defendia que o mal, seja doença no corpo ou vício na alma, é apenas a ausência do bem natural. Essa perspectiva, que era central para a teologia cristã medieval e, presumivelmente, para Tolkien, explica por que os Valar dão tantas chances a figuras como Morgoth e Sauron e porque tudo que existe tem algo de bom.
Neste podcast da Valinor sobre as obras de J. R. R. Tolkien Reinaldo José Lopes - Co-fundador da Valinor (onde é conhecido pelo pseudônimo Imrahil) e jornalista, tradutor e pesquisador brasileiro que se tornou uma figura central na comunidade Tolkien do Brasil - oferece perspectivas das obras de Tolkien enquanto caminha com sua fiel companheira Zelda
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