Bruno Nogueira: o humor serve para mais do que rir?
Neste episódio do Perguntar Não Ofende, recebemos Bruno Nogueira, figura incontornável do humor em Portugal. A conversa parte dos limites do humor, mas rapidamente avançamos para algo mais profundo: qual é, afinal, a função social, política e cultural do humor? Tem de ter uma? Ao longo do episódio, revisitamos os marcos principais de duas décadas de carreira de Bruno, do Curto-Circuito ao stand-up, dos Contemporâneos ao Último a Sair, passando pelo fenómeno Deixem o Pimba em Paz, ao inesperado sucesso do talk-show confinado no Instagram, durante a pandemia, Como é Que o Bicho Mexe?, até à série Ruído. Mas esta não é uma entrevista biográfica. Falamos do sentimento de perseguição que atravessa muitos humoristas, sobretudo os mais bem-sucedidos, e da contradição entre essa perceção e o espaço sem precedentes que o humor hoje ocupa. Discutimos o sketch final do “Ruído” e os ecos da justiça como nova forma de censura, como no caso da Joana Marques, ou da cartoonista Cristina Sampaio. Afinal, o humor é uma ameaça ou está só a ser levado (finalmente) a sério? Bruno reflete também sobre o poder do humor e as suas responsabilidades: existe uma ética do humor? Quem tem graça também tem de saber ouvir? É um espaço de crítica ou só uma forma de escapar à realidade? Da música popular à sátira política, dos podcasts aos palcos esgotados, Bruno fala sobre a tensão entre arte e entretenimento, e sobre como tenta manter-se fiel à vontade de experimentar, mesmo com o conforto que o sucesso já poderia garantir. É uma conversa sobre risco, criatividade e sobre o lugar que o humor pode (e talvez deva) ocupar no espaço público.See omnystudio.com/listener for privacy information.