Eva Cruzeiro: “Só não perdoa quem tem uma expectativa quase desumanizada do outro. Eu estou sempre à espera que as pessoas errem”
Batizada Eva, à semelhança da avó materna, o seu último apelido é Alexandre, mas apresenta-se com o seu outro sobrenome – Cruzeiro – em homenagem à assinatura familiar da avó paterna. É dessa forma, como Eva Cruzeiro, que o seu nome sobressai nas listas do PS, onde se tornou a candidata-surpresa na corrida às Legislativas do próximo dia 18 de maio. Apesar da forte curiosidade política que despertou nas últimas semanas, continua, contudo, a ser mais reconhecida como Eva Rapdiva, identidade artística forjada entre beats musicais. Nascida em 1988 na Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, ‘combate’ desigualdades desde os 12 anos em batalhas de rap, género musical no qual ganhou notoriedade, com letras carregadas de análise e crítica social. O registo interventivo, extensão de uma personalidade inconformada com injustiças e exclusões, impulsionou os estudos em Ciência Política e Relações Internacionais, que se compromete a colocar ao serviço da atividade política. Pessoa de convicções firmes, Eva demonstrou cedo que sabe o quer: tinha apenas 12 anos quando anunciou o seu destino à “Doutora Ana Paula”, título que, em jeito de brincadeira, usa para se referir à mãe. Disse: “Vou ser uma grande cantora, cantar num estádio, ter a minha cara em outdoors, oferecer-te um carro, ter casa, tudo com a música”. Apesar do riso que arrancou da progenitora, a então aspirante a rapper partilha, neste episódio, que sempre contou com o apoio materno para seguir os seus sonhos. “Beneficiei de um contexto familiar que me ajudou bastante, e que fez de mim aquilo que sou hoje”. Aos 36 anos, a candidata a deputada à Assembleia da República pelo PS não esconde que tinha outros planos, desligados da política ativa e ligados à agricultura. “Mas acho que esta missão agora é bem mais importante. Porque a minha vida nunca foi só sobre mim e sobre os meus sonhos”. Assumida defensora do bem-estar coletivo, a nossa convidada de hoje lembra que as ameaças que vivemos exigem a mobilização de todas as pessoas. “Temos que estar alerta e nos unir para garantir que a democracia prevalece, as conquistas do 25 de Abril também, e que, no que toca aos nossos direitos, só iremos continuar a dar passos para a frente. Não há espaço para recuos”. Oiça aqui a conversa entre a “candidata sensação do PS” e as apresentadoras Georgina Angélica e Paula Cardoso, n'O Tal Podcast. See omnystudio.com/listener for privacy information.