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Paula Cardoso e Georgina Angélica
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  • Carla Adão: “A maternidade traz-nos grandes inseguranças. Se calhar, até as sinto mais agora do que quando os meus filhos eram pequenos, porque eles estão crescidos, quase emancipados, e eu questiono: ‘Será que fiz tudo certo?’”
    Subdiretora da RTP África, Carla Adão está no canal desde o arranque. Quase trinta anos depois, a jornalista destaca, nesta conversa com Georgina Angélica e Paula Cardoso, as pontes que o projeto permitiu construir entre os países africanos de língua portuguesa, contributo que, defende, importa preservar, mas também reavaliar. “Quando a RTP África surgiu, os nossos países tinham meios de comunicação ainda muito incipientes, sobretudo a televisão. De repente, começámos a ligar, a fazer chegar as notícias de uns sítios aos outros. Agora já não tem esse peso, porque o mundo está de outra maneira”. Neste novo contexto, qual poderá e deverá ser o papel do projeto televisivo? “Devíamos, na comunidade afrodescendente, olhar mais para a RTP África como uma montra, difundir as imagens das pessoas que lá vão e que falam nos nossos programas, sobre todos os assuntos, nomeadamente política”, assinala, reconhecendo a importância de se diversificar o naipe de presenças na esfera mediática. “Como é que acabámos de ter umas eleições em Portugal e não há nenhum comentador negro, quando uma das questões que esteve em cima da mesa foi a imigração? As televisões continuam sem ter esse espaço, que eu acho que a RTP África tem e deve abrir ainda mais”. Neste episódio d’ O Tal Podcast, Carla Adão revela como a sua trajetória profissional a ajudou a perceber o impacto dessa pluralidade. “Quando chego a subdiretora da RTP África, começo a ver as reações [da comunidade afrodescendente], a alegria de muitas pessoas por eu estar nesse cargo, porque sentiam: é uma de nós, alguém que nos representa. Veio por aí o reconhecimento, e o meu autorreconhecimento”. Até esse momento, a jornalista conta que estava apenas a seguir o seu percurso, dentro de uma linha normal de progressão, sem consciência do significado coletivo das suas conquistas. Agora com uma nova consciência, a subdiretora da RTP África assume o compromisso de continuar a desbravar caminhos. “Tenho sonhado em dar e criar espaço para outras pessoas, em dar voz a histórias e pessoas que ainda não têm voz, em dar a conhecer histórias que estão esquecidas”, aponta, cumprindo os planos que a acompanham desde a infância. “Aos 9 anos disse à minha mãe que ia ser jornalista. E por volta dos 11, 12 anos, comecei a fazer um jornal no meu prédio, com uma máquina de escrever. Fazia inclusive os tracejados das palavras cruzadas que via noutros jornais”. A vocação, precocemente identificada, permitiu recuperar ligações africanas quebradas na infância com a saída de Angola para Portugal. “Quando fui à Guiné pela primeira vez, senti o chão, senti: ‘estou em casa’. Criei uma relação muito próxima com o país”. Esta é uma das experiências revisitadas neste episódio, onde Carla Adão partilha o reencontro emocionante com uma irmã perdida durante a guerra em Angola, bem como os desafios de ser mãe. “A maternidade traz-nos grandes inseguranças. Se calhar, até as sinto mais agora do que quando os meus filhos eram pequenos, porque eles estão crescidos, quase emancipados, e eu questiono: ‘Será que fiz tudo certo?’” Ouça aqui a conversa com Georgina Angélica e Paula Cardoso.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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    47:13
  • REWIND: Victor Hugo Mendes
    Pai de três, Victor Hugo Mendes (VHM) poderia muito bem fechar as contas da sua paternidade numa dezena de descendentes. Escrito de outro modo: gostaria de ter 10 filhos. O número impressiona, em especial numa Europa com algumas das mais baixas taxas de fertilidade do mundo, porém VHM não se deixa intimidar, assumindo valores ancestrais africanos na relação com a ascendência e descendência. https://www.otalpodcast.com/p/victor-hugo-mendesSee omnystudio.com/listener for privacy information.
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    1:24
  • Blessing Lumueno: “O grande marco é José Mourinho. Os treinadores desenvolveram-se muito a partir daí. O problema é que depois a própria máquina começa a asfixiá-los”
    Num autorretrato que cabe em três palavras, Blessing Lumueno apresenta-se: “Fanático pela liberdade”. É assim que se vê, na relação com os outros, o mundo, e com ele próprio, revela neste episódio d’ O Tal Podcast, gravado antes de rumar para o Kuwait, como treinador-adjunto do Al-Arabi. Tema incontornável na história de Blessing, o futebol ocupa um lugar tão central na sua vida, que não hesita em declarar que estão unidos em matrimónio. Com uma visão de jogo aprimorada nos relvados, entre construções de equipas técnicas, o convidado desta semana de Georgina Angélica e Paula Cardoso também tem partilhado táticas como comentador desportivo, somando intervenções na TSF, Canal 11 e RTP, e publicações no Expresso, além da autoria do blogue “Posse de Bola”. É com esta experiência que aguça a sua leitura crítica, além das quatro linhas. “Não há muito investimento em Portugal para os clubes. Há poucas oportunidades para os treinadores se profissionalizarem”, nota, antecipando resultados nada promissores, a partir de um foco cego no rendimento. “O mercado é muito violento, e os treinadores, fruto disso, vão procurando atalhos, e quando o fazem estão a tirar possibilidades aos jogadores de terem um tipo de evolução diferente”. A “máquina”, conforme descreve, calibrou-se com outro engenho a partir de José Mourinho, mas parece viciada numa programação que promove a medianidade em detrimento da excecionalidade. “Estamos a perder os melhores, em prol de termos de jogadores, jogadoras assim-assim, que fazem o trabalho ‘benzito’”, alerta, sublinhando a importância do tempo para afinações. “Se ao primeiro erro és massacrado, e ao segundo erro és espezinhado, acabou. A partir daí, a reação mais normal, quando queres tentar qualquer coisa que ainda não tentaste, é retraíres-te e nem sequer o fazeres”. O preço a pagar, aponta, é o défice de inovação, que, prenuncia, vai implicar uma crise de talentos nas próximas gerações, e não apenas de futebolistas. A análise, conta Blessing, influencia o seu comportamento não apenas nos clubes, mas também em casa. “Tenho uma ideia de parentalidade muito aberta, de deixar experimentar, de não ser excessivamente interventivo no processo de crescimento da minha filha”, diz, sem nunca esquecer as suas próprias aprendizagens. “Cresci com mulheres. Deu para perceber as dificuldades que qualquer uma tem para conseguir um cargo decente, fazer valer aquilo que são as suas melhores qualidades, e nunca ser olhada de lado por usar o cabelo mais comprido ou andar de vestido e, sobretudo, nunca ser deixada para trás por causa da maternidade ou por ser mais verdadeira com as emoções do que os homens, que conseguem esconder e manipular de outra forma”. A proximidade feminina permitiu-lhe também observar a sua resiliência. “Vejo nas mulheres a capacidade para, dentro de situações horrorosas, dramáticas, de crise, continuarem a lutar. Acho isso ímpar”, destaca, sublinhando que foi a partir de muitos sacríficos da mãe e das tias que conseguiu dar “um salto geracional”. Vamos perceber de que forma nesta conversa com Georgina Angélica e Paula Cardoso, em que se revisitam feridas do colonialismo, desigualdades raciais, e desafios sociais. Sem nunca perder de vista as lições da vida. “Aprendi, pelo rumo da vida da minha mãe e das minhas tias, que podem ser solteiras e felizes. Não necessitam um parceiro de vida disso para isso, podem fazer uma vida perfeitamente plena sem estarem ligadas, do ponto de vista afetivo, a um homem ou a uma mulher” Ouça a conversa n’ O Tal Podcast.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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    55:54
  • REWIND: Henda Vieira Lopes
    Henda Vieira Lopes, psicólogo e diretor do Espaço Yanda, acumula mais de 20 anos de experiência na promoção de competências, incluindo uma forte intervenção comunitária. Com uma abordagem afrocentrada, integra práticas ancestrais africanas na psicologia clínica. Neste episódio, Henda Vieira Lopes aponta caminhos que nos ajudam a separar o homem do masculino, e a construir uma masculinidade positiva e inclusiva. https://www.otalpodcast.com/p/henda-vieira-lopesSee omnystudio.com/listener for privacy information.
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    1:56
  • Verónica Pereira: “A verdade liberta, não me causa medo. Se não a contar, não tenho paz”
    Tinha 36 anos quando se tornou a primeira e, até agora, única diretora da edição impressa do “Novo Jornal”, em Angola. Cerca de uma década depois, Verónica Pereira revisita, neste episódio d' O Tal Podcast, as marcas que acumulou com essa experiência. “Vi-me, durante muito tempo a carregar um peso muito maior do que eu, e uma exigência, como mulher, de ter que estar sempre com determinada postura, de acordo com aquilo que achavam que deveria estar, ser e fazer”. Além das pressões constantes a nível profissional – “não tinha noção do que era exercer um cargo de direção [de um jornal] num país como Angola, num contexto político terrível” –, Verónica relata o peso agravado das convenções sociais que encontrou. “Desde o início que ouço a mesma crítica: tu trabalhas demais, tens que olhar mais para outras áreas. Por exemplo: casa e família”, conta, sublinhando como as expetativas de género, e os resquícios coloniais dificultaram – e ainda dificultam – o processo de adaptação à sociedade angolana. A viver em Luanda há 16 anos, a hoje coordenadora de comunicação do Mosaiko - Instituto para a Cidadania, admite que ainda não se sente “devidamente integrada”, ainda que profissionalmente valorizada. “Decidi ir para Angola pela oportunidade de emprego, e possibilidade de crescer e fazer carreira, que aqui não teria”. Depois de um sólido percurso no mundo da comunicação social, que incluiu o lançamento do “Expansão” – o primeiro semanário de economia do país –, Verónica encontrou na área da defesa e promoção de Direitos Humanos um novo campo de especialização. “Era muito naïf, pensava que no jornalismo estaria a fazer aquilo que estava de acordo com os meus princípios, os meus valores. Quando percebi que não, saí”. Há sete anos no Mosaiko, a responsável de comunicação conhece agora uma Angola que vive longe das páginas de jornais, mas mais perto da pessoa que cresceu para ser. “[Nestas funções] sinto um encontro com aquilo que se calhar eu não sabia, mas estava dentro de mim desde muito criança”. Nascida em Portugal, filha de mãe angolana e pai cabo-verdiano, Verónica encontra na infância um manancial de lições de humanidade. “Vivia num bairro de lata, e ia para um colégio privado estudar. Já adulta, ponho-me a pensar: como é que era sair do bairro, encontrar o asfalto e atravessar aquilo tudo com a cabeça erguida?” Enquanto observa que “trabalhar direitos humanos com pessoas desumanizadas é muito mais difícil”, a convidada de Georgina Angélica e Paula Cardoso, afasta os estereótipos de insegurança associados aos chamados bairros de lata. “Em momento nenhum senti medo ou insegurança. Foi o lugar de pertença, em que me senti integrada, me deu um sentido de comunidade, e também uma cultura e ancestralidade”. A par das aprendizagens do passado e dos ensinamentos do presente, Verónica traz para a conversa os prenúncios do futuro. “Estou a aprender a aceitar a mudança que tem que ver com a idade”, diz, livre de subterfúgios. “A verdade liberta, não me causa medo. Se não a contar, não tenho paz”, revela nesta conversa d' O Tal Podcast. Para seguir aqui.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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    51:04

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Sobre O Tal Podcast

Um espaço onde cabem todas as vidas, emocionalmente ligadas por experiências de provação e histórias de humanização. Para percorrer sem guião, com autoria de Georgina Angélica e Paula Cardoso.
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