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Pergunta Simples

Jorge Correia
Pergunta Simples
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5 de 219
  • Como praticar a arte da escuta? Júlio Machado Vaz
    Ouvir é o mesmo que escutar? Quantas conversas íntimas falham por falta de verdadeira atenção e empatia? Saberemos nós ouvir quem amamos ou estamos apenas à espera da nossa vez de falar? Nesta conversa, o médico psiquiatra Júlio Machado Vaz – uma das vozes pioneiras em Portugal a falar abertamente sobre relações e sexualidade – ensina-nos a importância de praticar a escuta ativa e a empatia na comunicação íntima. Com décadas de experiência em consultório e programas de rádio, Júlio partilha histórias e reflexões sobre como o silêncio pode valer mais que mil conselhos, como a empatia constrói confiança e por que ouvir o outro sem julgar é fundamental para relacionamentos saudáveis. Um episódio profundo que nos faz repensar a maneira como comunicamos nas esferas mais pessoais. Subscreva o canal, deixe o seu comentário e visite perguntasimples.com para mais conteúdos do podcast. Começamos esta série de edições de verão com uma das conversas mais serenas e marcantes que passaram por este podcast. Uma conversa que merece ser ouvida devagar. Com tempo. E, se possível, com o coração aberto. Júlio Machado Vaz não precisa de apresentações — mas talvez precise de ser escutado mais vezes. Porque neste episódio falámos da escuta como quem fala do essencial. De como ouvir verdadeiramente alguém pode ser um ato de amor. De como o silêncio, quando bem habitado, pode dizer mais do que mil conselhos. E de como a presença, a empatia e o não julgamento são ingredientes raros numa sociedade que se habituou a falar muito… e a escutar pouco. O Júlio tem essa capacidade rara de pensar com calma, de responder com cuidado e de transformar a complexidade em linguagem clara — mas nunca superficial. Falámos de relações, de comunicação entre pais e filhos, de terapia, de rádio, de silêncio. E da importância de criar espaço para que o outro se revele — sem medo. Reeditamos este episódio agora, porque o verão é talvez o momento ideal para o escutar outra vez. Ou pela primeira vez. Quando estamos fora do ritmo habitual, quando temos um pouco mais de disponibilidade para parar… e ouvir de verdade.
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    1:08:10
  • Como Decidir Bem Sem Saber Tudo? Alexandre Quintanilha
    Como se toma uma boa decisão… sem saber tudo? A política pode viver com dúvidas? A ciência deve hesitar? E nós — cidadãos comuns — conseguimos agir em tempos de incerteza?
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    1:21:44
  • Como Falar com Alguém que Pensa o Oposto de Ti
    Como Falar com Alguém que Pensa o Oposto de Ti (Sem Entrar em Guerra) Há conversas que são fáceis.— Gosto de cães.— Também eu.— Que bom. E depois há as outras:— Gosto de cães.— Eu prefiro gatos.— Tu odeias cães?? Pronto. Já estamos em guerra. E nem falámos de política, vacinas ou futebol. Hoje quero falar contigo sobre isso mesmo: como ter conversas com quem discorda de nós, sem perder a compostura. Ou a amizade. Quando alguém diz algo que nos irrita profundamente, nem sempre é pela ideia em si. Muitas vezes é pelo tom. Pela certeza. Pela provocação. E o nosso cérebro entra logo em modo combate. Já não estamos a ouvir. Estamos a preparar um contra-ataque. Mas aqui vai uma pergunta simples:Quero ganhar esta conversa… ou quero compreender esta pessoa? Há estratégias práticas que podem evitar o confronto direto e abrir espaço para o diálogo: 1. Respira antes de responder.Parece um conselho zen — e é. Mas funciona.Se alguém grita “o sistema é corrupto!”, respira.Não para concordar, mas para evitar responder “tu é que és burro”. Isso não ajuda ninguém. 2. Troca o ataque por uma pergunta.Em vez de “isso é absurdo!”, tenta “como chegaste a essa ideia?”.Mas diz com curiosidade verdadeira — não com aquele ar de julgamento que se nota logo na sobrancelha levantada. 3. Usa a frase mágica:“Vejo isso de outra forma.”É uma maneira de abrir espaço sem ceder e sem agredir.Por exemplo, alguém diz: “O mundo está pior por causa dos imigrantes.”Tu podes responder: “Eu vejo isso de outra forma. Posso explicar?”Se a pessoa não quiser ouvir — tudo bem. Nem toda a gente está disponível para conversar. E às vezes, a melhor resposta… é não responder.Se alguém diz “tu não percebes nada disto”, talvez o melhor seja dizer: “Pode ser.”Depende do tom, claro. Mas manter a relação, por vezes, é mais importante do que ganhar o debate. Eis cinco coisas a evitar numa conversa tensa: Interromper logo à primeira frase. Usar sarcasmo. Querer “ganhar” a conversa. Dizer “não tens razão” sem explicar porquê. Levar tudo para o lado pessoal. E cinco coisas que ajudam uma conversa a correr bem: Começa com curiosidade. Reconhece um ponto válido do outro lado. Faz pausas — para respirar e ouvir. Pede licença: “Posso dar-te o meu ponto de vista?” Termina com respeito, mesmo sem concordar. Quero partilhar também três segredos de comunicador: Primeiro: ouvir com generosidade muda tudo. Quando alguém sente que foi mesmo ouvido, o tom da conversa muda.Segundo: quem domina o tom, domina a conversa. A tua voz é metade da tua mensagem.Terceiro: quanto mais preparado estás, mais simples consegues ser. E na comunicação difícil, a simplicidade é a chave. Conversar com quem discorda de nós não é só uma questão de paciência. É uma questão de escolha. Quero ter razão ou quero ter relação?Se quiseres as duas coisas ao mesmo tempo — bem-vindo ao clube. É difícil, mas é possível. E tudo começa com uma pergunta simples. E com vontade de ouvir a resposta.
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    10:08
  • Inteligência Artificial: Ainda controlamos isto? Bernardo Caldas
    A inteligência artificial chegou.Não é preciso ser técnico para perceber que alguma coisa mudou.Hoje, um motor de busca já acerta nos nossos desejos antes de termos tempo de os dizer.Um algoritmo sugere um vídeo, outro mostra um produto, outro escreve um texto inteiro — e tudo parece funcionar com uma espécie de magia silenciosa.Mas será mesmo magia? O nosso convidado sabe que não. E sabe porquê.Bernardo Caldas é uma das pessoas mais lúcidas que conheço sobre o tema.Lidera equipas de dados e IA numa das maiores fintechs europeias, criou o projeto Data Science for Good, e tem pensado a fundo — com inteligência, mas também com alma — sobre os impactos reais da inteligência artificial no mundo onde vivemos. Nesta conversa, começamos com uma pergunta simples, mas provocadora:E se a IA te conhecesse tão bem como o teu melhor amigo?Assustador? Fascinante? Ambos? O Bernardo ajuda-nos a perceber porque é que esta tecnologia — que parece tão intuitiva — é, na verdade, o resultado de padrões.Padrões de linguagem, de comportamento, de atenção.A IA não “sabe”, não “sente”, não “pensa” no sentido humano — mas aprende a imitar tão bem que nós acreditamos. E o problema começa aí. Falamos do que distingue imitação de criatividade.Do que está por trás dos modelos generativos que escrevem, desenham e respondem com uma fluidez que nos desconcerta.E de como estes sistemas — criados para gerar conteúdo “credível” — não têm maneira de saber se estão a dizer a verdade.Podem escrever um disparate com toda a segurança de um professor catedrático. Mais à frente, mergulhamos na questão da responsabilidade.Se a máquina erra — quem responde?Se um algoritmo toma decisões médicas, jurídicas ou políticas — onde está o humano no processo? Discutimos o impacto da IA nas profissões: não só nos trabalhos manuais, mas nos intelectuais.Sim, programadores, consultores, copywriters, jornalistas — ninguém escapa.O Bernardo diz-nos que o trabalho que sobrevive é aquele onde há contexto, empatia e julgamento.Mas até os psicólogos estão em risco — e ele conta um estudo surpreendente que mostra como, em certos casos, as pessoas acham que um chatbot foi mais empático do que um terapeuta humano. Depois passamos para o tema que mais me inquieta:a economia da atenção.Porque é que os nossos feeds estão cheios de raiva, medo e teorias da conspiração?Porque é que a moderação desapareceu do radar? A resposta, segundo o Bernardo, está na forma como os algoritmos são treinados: não para informar, mas para prender.A verdade é irrelevante se a mentira for mais clicável.E isto coloca a democracia em risco real. A certa altura da conversa, ele diz uma coisa que me ficou: “O maior perigo da IA não é o apocalipse das máquinas.É deixarmos de acreditar em tudo.” É esta a verdadeira crise: a erosão da confiança pública.Não sabemos o que é real. Não sabemos em quem acreditar.E se não confiamos em nada — também não conseguimos decidir nada em comum.A democracia desliga-se. Mas nem tudo é distopia.O Bernardo também nos fala do lado esperançoso:De como a IA, se bem pensada, pode ser inclusiva.De como pode ajudar uma avó em Trás-os-Montes a resolver um problema complicado com linguagem natural.De como pode aliviar tarefas mecânicas e devolver-nos o que há de mais humano: a conversa, a atenção, o sentido. No fim, voltamos às emoções.Pode uma IA sentir? Ter consciência? Vontade própria?A resposta dele é clara: não.E, curiosamente, isso até nos pode dar algum descanso. Esta é uma conversa que não pretende fechar nada —mas que abre muitas janelas para pensar o que vem aí.E pensar, neste caso, é mesmo urgente. Se gostares, partilha este episódio com alguém que acha que inteligência artificial é só “coisa de engenheiros”.Ou com alguém que acha que já não há nada a fazer.Porque há.Mas temos de começar por perceber. LER A TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO 00:00:00:00 - 00:00:29:18 Viva Bernardo Caldas! É que à minha frente está alguém que acredita que a sa...
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    57:38
  • Qual é o sentido da vida? António Castro Caeiro
    Perguntar, perguntar, perguntar. Passar a vida a fazer perguntas. Passar todo o tempo do mundo em busca de respostas. Perguntas das mais difíceis. Respostas que podem nem chegar. É a vida dos filósofos. E decidi convidar um dos melhores. Eu faço perguntas. António Castro Caeiro traz respostas. Vivemos num tempo acelerado, de respostas rápidas, notificações constantes e poucas pausas para pensar. A informação chega em excesso, a comunicação tornou-se instantânea e, muitas vezes, vazia. Perguntar parece ter-se tornado um ato quase subversivo. Questionar o mundo, o tempo, a vida, até a nós próprios, pode soar estranho, deslocado ou até incómodo. Mas talvez seja justamente esse desconforto que precisamos de recuperar. É nesse gesto simples e revolucionário — o de fazer perguntas — que entra a filosofia. Neste episódio do Pergunta Simples, falamos com António Castro Caeiro. É professor universitário, tradutor, ensaísta e uma das vozes mais singulares da filosofia contemporânea em Portugal. Mas mais do que títulos, Caeiro é alguém que pensa o mundo com palavras, com o corpo e com uma atenção rara às perguntas certas. Convida-nos a desacelerar, a escutar, a habitar o tempo e a linguagem com mais cuidado. Nesta conversa, há espaço para dúvidas sem fim, para silêncios reveladores e para a beleza difícil das ideias que resistem à simplificação. Ao longo da conversa, exploramos o papel essencial da pergunta. O que é uma boa pergunta? Por que nos incomodam as perguntas que não têm resposta imediata? Porque é que, muitas vezes, evitamos perguntar — como se a dúvida nos fragilizasse? Para Caeiro, a pergunta é mais do que uma forma de obter informação. É um exercício de atenção, uma forma de estar no mundo. Perguntar bem é escutar com rigor, pensar com tempo e resistir à facilidade de respostas prontas. Vivemos, como diz, entre o espanto e a dúvida — duas formas de nos abrirmos ao desconhecido, ao imprevisto, ao que escapa às fórmulas. Mas este episódio vai muito para além das perguntas. Falamos de emoções, sentimentos e corpo. Num tempo em que nos pedem performance constante — em que se valoriza a eficiência, a imagem e a exposição — é urgente recuperar a dimensão sensível da existência. António Castro Caeiro defende que as emoções não são um desvio do pensamento, mas parte do próprio acto de pensar. Sentir é também uma forma de compreender. E o corpo — tantas vezes visto como mero suporte — é, na verdade, um centro de inteligência e perceção. Nesta conversa, revisitamos o espanto original com que olhámos o mundo pela primeira vez: o primeiro mergulho no mar, o primeiro amor, o primeiro espanto perante uma paisagem. A vida, diz-nos, vai-nos calejando — e cabe-nos, através da filosofia, da arte ou da contemplação, reencontrar esse olhar inaugural. É esse o desafio: não viver em modo automático, mas reativar a atenção, a curiosidade, a capacidade de nos maravilharmos. Também há tempo para refletir sobre o tédio — esse vazio que tantas vezes evitamos a todo o custo. Vivemos rodeados de ocupações, estímulos, distrações. Mas talvez o tédio, se escutado com atenção, seja um convite à criação, à escuta interior, ao reencontro com o essencial. Talvez seja no silêncio, na pausa, no vagar, que se abra espaço para a filosofia. Não ignoramos os temas contemporâneos: as redes sociais, a exposição constante, a fragmentação da identidade. Falamos do eu digital e das versões idealizadas que projetamos ‘online’. Mas também reconhecemos que o virtual é tão antigo quanto a humanidade — sempre vivemos com imagens, memórias, fantasias e projeções. A novidade, talvez, seja a velocidade e a intensidade com que tudo acontece. Por fim, chegamos à pergunta que dá nome a este ‘podcast’: ainda faz sentido perguntar pelo sentido da vida? Num mundo líquido, ambíguo, saturado de opiniões e urgências, onde encontramos pontos de apoio? António Castro Caeiro não nos dá respostas fechadas, mas aponta caminhos: o da escuta,
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    54:34

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Sobre Pergunta Simples

O Pergunta Simples é um podcast sobre comunicação. Sobre os dilemas da comunicação. Subscreva gratuitamente e ouça no seu telemóvel de forma automática: https://perguntasimples.com/subscrever/ Para todos os que querem aprender a comunicar melhor. Para si que quer aprender algo mais sobre quem pratica bem a arte de comunicar. Ouço pessoas falar do nosso mundo. De sociedade, política, economia, saúde e educação.
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