Pedro Siza Vieira: “o Sheik Munir é tão português como Gouveia e Melo e ambos nasceram em Moçambique”
Até à revolução de Abril, o 10 de junho era o Dia da Raça, depois passou a ser o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Em 2008, o 10 de Junho voltou a ser também o dia da raça, num aparente descuido do então Presidente da República Aníbal Cavaco Silva. Desta vez, sem equívocos, primeiro Lídia Jorge, depois Marcelo Rebelo de Sousa, vieram deixar claro que, quando muito, somos arraçados dos muitos que nos procuraram e de outros tantos que buscamos.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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1:04:00
Siza Vieira: “Os eleitores de Gouveia e Melo podem vir a ser os eleitores de Marcelo Rebelo de Sousa”
O novo ciclo político acelerou, os deputados ocuparam os seus lugares e aguardam agora pela posse do novo governo que será muito parecido com o que continua em funções. Depois disso, votarão, por iniciativa do PCP, uma moção de rejeição ao programa de governo que está condenada ao fracasso. Não tarda, estamos de férias e quando regressarmos vamos de novo a votos para elegermos 308 presidentes de câmara, milhares de vereadores, presidentes de junta e deputados municipais. Mas as eleições que parecem estar ao virar da esquina são as presidenciais. O PS já tem um candidato, mas não sabe se o quer apoiar. O PSD apoia dois, mas um dizem que é por vingança. O Chega promete prejudicar o almirante, admitindo manifestar-lhe apoio. A IL já anunciou candidata mas, se calhar, precisa dela para outras funções. E a esquerda anda, nesta matéria mas não só, a apanhar bonés. Antes de nos dedicarmos à política caseira, vamos sobrevoar a Rússia que sofreu dois ataques humilhantes da Ucrânia e revisitar Elon Musk que agora, livre como o passarinho do twitter, já dispara em direção à Casa Branca por causa do orçamento. Ouça aqui o novo episódio. See omnystudio.com/listener for privacy information.
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1:07:34
Pedro Marques Lopes: “Não há debate no PS porque Mariana Vieira da Silva, Fernando Medina e Duarte Cordeiro não quiseram”
Depois do tsunami eleitoral que derrubou o PS e deu ao Chega o lugar de segundo maior partido português, os socialistas resolveram não fazer ondas. Os militantes, tanto quanto se sabe até hoje, não vão ter nem escolha, nem debate. O senhor que se segue é José Luís Carneiro, que contou com os votos dos costistas para enfrentar Pedro Nuno há pouco mais de um ano, apoiantes que agora optam por assistir na bancada a uma travessia no deserto, mas não deixam de dizer que o rei vai nu. Escolhido para o altar do sacrifício, Carneiro já garantiu apoio ao governo, pedindo em troca que a AD escolha o PS para as questões de regime. Do outro lado, cheio de si mesmo, André Ventura apresenta-se como líder da oposição e próximo primeiro-ministro. Também viabilizará o programa de governo e o que pede em troca à AD é que se liberte do PS. Montenegro será indigitado primeiro-ministro esta quinta-feira e tem o ás de trunfo. Nada que necessite de dois terços dos votos (revisão constitucional, leis orgânicas, nomeações institucionais) pode ser feito sem a AD, enquanto que qualquer um dos restantes oito partidos é dispensável. As eleições que se seguem são as autárquicas, mas as eleições de que se fala são as presidenciais. Gouveia e Melo apresenta oficialmente a sua candidatura esta sexta-feira. Ventura volta a admitir dar ao almirante o apoio que o almirante não quer, enquanto o PS se arrisca a ter em António José Seguro um candidato que parte do partido não quer. No Bloco Central, a moderação é de Paulo Baldaia, numa conversa entre Pedro Marques Lopes e Pedro Siza Vieira, com sonoplastia de Gustavo Carvalho. See omnystudio.com/listener for privacy information.
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1:00:41
Pedro Siza Vieira: “O PS deve viabilizar o governo com o compromisso da AD de não alterar leis do regime com o Chega”
O Presidente da República começou a ouvir os partidos parlamentares e vai voltar a ouvir os três maiores partidos depois de 28 de Maio, dia em que se ficarão a conhecer os resultados dos dois círculos eleitorais da emigração, e em que o mais provável é a confirmação de que o Chega passou a ser o segundo maior partido no Parlamento. Ventura vai mudar alguma coisa para ficar mais perto do governo? Quem vai continuar a governar é a AD, beneficiando desde já do PS estar nos cuidados intensivos, proibido de contribuir para qualquer percepção de instabilidade. Os socialistas têm agora de decidir se escolhem rapidamente um sucessor/sucessora de Pedro Nuno Santos ou se esperam pelas autárquicas e só depois tratam da liderança. Estas eleições que há dois meses pareciam relativamente fáceis para o PS podem causar mais um facto inédito na democracia portuguesa: o poder político pode ficar todo na mão de um só partido: Presidência da República, governo nacional, governos regionais da Madeira e dos Açores e liderança da ANMP. Nunca tal aconteceu. Está com o Bloco Central, segunda edição esta semana, fizemos um episódio extra logo na segunda-feira. Paulo Baldaia faz a moderação de uma conversa com os comentadores residentes Pedro Marques Lopes e Pedro Siza Vieira. A sonoplastia é de Gustavo Carvalho.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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54:39
Pedro Marques Lopes: “No domingo, aconteceu a maior transformação no sistema político-partidário, desde o 25 de Abril”
Se estava em Portugal no domingo, dia 18 de maio, às oito da noite, deve ter dado conta do terramoto político com epicentro no sul do país, algures entre o Algarve e Portalegre, Setúbal e Beja, mas com estragos em todo o território, honrosa excepção ao distrito de Bragança. Devo avisar que este episódio contém números chocantes para gente de esquerda mais sensível, pelo que se aconselha trabalho árduo nos próximos actos eleitorais se não querem sofrer novos dissabores. Conselho idêntico pode ser dado à direita democrática com vitórias poucochinhas e a necessitar de um melhor entendimento sobre a adopção da narrativa de extrema-direita que pode estar a ajudar o Chega nesta caminhada. Como lhe disse, o terramoto provocou um tsunami à esquerda que quase fez desaparecer o Bloco, salvou in extremis o PCP e fez colapsar o Partido Socialista. O país está de novo a precisar de ser salvo pelo Bloco Central? Nós aqui o mais que podemos fazer é pedir aos comentadores residentes, Pedro Marques Lopes e Pedro Siza Vieira, que opinem sobre a matéria. A moderação é de Paulo Baldaia e a sonoplastia de Gustavo Carvalho.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Pedro Siza Vieira e Pedro Marques Lopes analisam os acontecimentos e os protagonistas da semana, com moderação de Paulo Baldaia. Quinze anos depois da estreia na TSF, os episódios passam a sair à quinta-feira, dia de Conselho de Ministros, no Expresso. A fechar, e como sempre, o bloco central de interesses, com sugestões para as coisas importantes da vida.