Viagens a glaciares? Andar de burrito? Encontros imediatos com lobos? E tudo devagar. Esta semana no podcast Sentido da Vida, viagens sustentáveis de aventura e natureza com Diogo Tavares, para libertar o selvagem que há em si... sem ser no escritório. “O que pode fazer muito bem ao ser humano é ir com frequência visitar a natureza, porque recentra-nos no sítio onde devemos estar. Nós temos muito o pensamento que controlamos tudo, está tudo supercontrolado neste estúdio, nesta cidade, está tudo humanizado... se quisermos sentir a terra, vai dar-nos um trabalhão. Na natureza não controlamos nada, ela é que nos tolera”, diz o líder de viagens. Sempre que não anda pelos Himalaias, Patagónia ou Islândia - para não falar do planalto mirandês ou dos trilhos da transumância no Soajo, no Minho –, Diogo vive numa auto-caravana entre Lisboa e Porto. “A nossa sociedade está muito montada para acumular, para tu teres mais, e isso só nos tira os movimentos, tira-nos a possibilidade de nos podermos mexer”. Esta semana, viaje na imaginação - a pé, de bicicleta, a burricar ou só nos headphones - com Diogo Tavares.
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Superar traumas, com Melanie Tavares
“Devemos chorar, as pessoas têm muito medo de estar tristes e de chorar, mas estar triste é adaptativo”.Melanie Tavares é psicóloga e acaba de lançar o livro “De Tanto Sofrer, Esqueci-me de Viver - Não deixe que os traumas e as feridas emocionais condicionem a sua vida”. Ela sabe do que fala - aos 10 anos, Melanie Tavares presenciou a morte súbita de uma amiga, um evento traumático que moldou a sua vida e as suas escolhas e que fez com que, anos mais tarde, se dedicasse à Psicologia.Na sua vida, têm sido muitos os desafios, incluindo um filho já adulto com síndrome do X-frágil: “Não partilho nada da ideia de que sou uma abençoada porque o meu filho tem uma deficiência, porque isso implica que ele esteja numa condição desfavorável para eu ser abençoada. Nós não somos abençoados porque alguma coisa nos corre mal. Agora, que eu acho que o Martim teve sorte na família em que calhou, e eu tive uma sorte tremenda de ter o Martim em vez de outro menino qualquer que eu não conheço, isso não tenho dúvida nenhuma”, diz a psicóloga.“O sentido da vida é vivê-la, mais à esquerda ou mais à direita, com mais apertões, com mais largueza, com mais inspira respira não pira, com mais afetos, mas é esta construção também das coisas más que nos acrescentam: aprendizagem, vivências, calo. Nós quando temos um calo já não dói”.
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52:34
Pensamento Crítico das Crianças, com Joana Rita Sousa
"Às vezes os adultos deviam sentar-se com as crianças e dizer assim ‘eu não sei’". Joana Rita Sousa, filósofa e perguntóloga, é fundadora da filocriatividade, dinamiza oficinas de Filosofia para e com crianças e jovens e, no seu dia-a-dia, percorre o país a convidar os mais novos a desenvolver o pensamento crítico. "Até para fazermos perguntas às inteligências artificiais, temos de saber fazer perguntas, temos de saber contextualizar a pergunta, portanto há um exercício de pensamento do qual não nos podemos demitir a não ser que queiramos ser só papagaios, só a repetir coisas", explica Joana nesta conversa que passou pelos medos de parentalidade perfeita, pelos desafios da educação, e de como uma cabeça em cima dos ombros não é sinónimo de saber pensar.
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1:01:05
A vida é mais bonita do que os problemas, com Alexandre Couto
Começou a nadar por recomendação médica, ainda em criança, após ser diagnosticado com um síndrome raro que lhe dava uma esperança de vida de 20 anos. Aos 23 anos e cheio de energia, Alexandre Couto estuda engenharia aeroespacial no Técnico e já foi seis vezes campeão nacional de natação adaptada. “Acho que vem muito dos meus pais, porque ensinaram-me que eu sou completamente normal e acho que é essa a mensagem: é quererem viver o máximo que puderem. A vida é mais bonita do que os problemas todos que possamos ter”, diz o nadador tirsense no podcast Sentido da Vida. “Acho que é muto mais giro aproveitarmos a vida no limite do que estar a viver por viver, a passar os dias por passar”.
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37:03
Dores de crescimento, com Rita Redshoes
Rita Redshoes é cantora e compositora, mas é também escritora, com cinco livros publicados.“Crescer À Sombra” é o primeiro romance da autora, uma homenagem à infância e às dores de crescimento, que se podem transformar durante a vida: “Há muitos artistas tímidos e eu desconfio que seja assim uma espécie de vingança, do género: eu era assim o patinho feio da escola, não conseguia socializar, estava sempre ao canto na escola e um dia vou dar a volta a isto!”, recorda Rita sobre a sua própria vida.Quando era pequena, muitas vezes chegava a casa e tinha ídolos da bola a jantar com o pai, antigo jogador de Sporting, Belenenses ou Estoril, com muitos anos como treinador em Alvalade e também no Alverca. Fez o curso profissional de música, mas tem também uma licenciatura em psicologia e revelou que vai fazer, finalmente, o estágio final para poder dar consultas também.“Eu não dou por garantido: ‘ok, agora tenho uma carreira’. É um país muito pequeno e por isso, do ponto de vista do artista que vive só da sua arte, nenhuma carreira está sempre em alta”, explica a convidada desta semana no Sentido da Vida.
Vamos partir do pressuposto de que não descobriremos o sentido da vida com este podcast, nem que surgirá uma epifania sobre o futuro da humanidade. Quanto muito, podemos tentar perceber o que é isto de Ser - algo que ressoe do outro lado do microfone. O que dizem os escritos antigos sobre o sentido da vida? E, já agora, o que diz o cidadão comum? Perguntamos a pensadores, mas também a anónimos na paragem do autocarro, o que é para eles o sentido da vida, o que raio andamos cá a fazer e como podemos levar uma vida que sim senhor. Este é um podcast sobre busca e, esperemos, algum encontro. Com Ana Delgado Martins.Um podcast Rádio Comercial.