Rui Pereira: “Disse à minha mãe que um dia ia ter orgulho do filho, porque um barman não está aqui só para beber copos e ter uma vida louca. Podemos contribuir para a sociedade e ser uma profissão digna”
Nasceu em maio de 1984 em Vila Praia de Âncora. Foi lá que cresceu e para lá que regressa sempre que procura um “porto de abrigo”. A infância foi passada a brincar na rua com os amigos com quem ia para a praia de manhã e só regressava à noite (com um escaldão). Foi na fase mais “negra” da vida, durante uma depressão, que se aproximou do bar e apaixonou-se por aquilo que é hoje a sua profissão: bartender. Em 2024 foi eleito o melhor bartender de Portugal e finalista global em Xangai e mostrou à família que tinha uma “profissão digna”. Rui Pereira é o convidado do novo episódio do Geração 80, conduzido por Francisco Pedro Balsemão. Ouça aqui.See omnystudio.com/listener for privacy information.
--------
57:02
Branca Cuvier: “Tive uma relação péssima com a escola. Preciso do meu ritmo para aprender e fazer as coisas acontecerem. Era péssima aluna e precisava de associar tudo a histórias O formato escola não funcionou para mim”
Nasceu em outubro de 1984, em Lisboa. Cresceu numa família de artistas e não podia ser a excepção. O bisavô foi o escultor do Padrão dos Descobrimentos, é filha e neta de artistas plásticos. Foi um dia na Feira da Ladra que sentiu o “clique” para o desenho. Começou pela joalharia e na passagem por Amesterdão, onde fez um estágio com Lucy McRae e algumas peças que foram depois usadas por Lady Gaga. Regressou a Portugal para criar a marca "Baguera", que mais tarde acabou por deixar. Hoje é artista plástica e consegue “viver da arte”, ainda que seja difícil. Para o podcast trouxe uma pedra que simboliza a “sorte” a “ligação afetiva”. Branca Cuvier é a convidada do novo episódio do Geração 80See omnystudio.com/listener for privacy information.
--------
54:22
Hélder Postiga: “O meu pai era pescador e a felicidade dele contagiava todos. Guardo esses momentos na memória porque marcam e sei que custaram sofrimento e dedicação para serem alcançados”
Nasceu em agosto de 1982, em Vila do Conde. Cresceu numa família de pescadores das Caxinas, lugar que já deu ao país alguns dos maiores futebolistas do mundo. A família era humilde, mas “felizes com pouco”. Tem dois irmãos e a irmã mais velha foi como uma segunda mãe. Deixou a escola para seguir o sonho de muitas crianças: ser jogador de futebol. Aos 12 anos deixou a casa dos pais e foi jogar para o FC Porto. Foi campeão nacional com 18 anos e fez parte do plantel da Seleção Nacional que fez os país e os portugueses de todo o mundo acreditarem no primeiro europeu de futebol. Hélder Postiga é o convidado do novo episódio do Geração 80. Ouça aqui.See omnystudio.com/listener for privacy information.
--------
1:12:25
Duarte Rosado: "Senti uma vontade enorme de largar tudo, uma alegria e um desejo gigante de poder dar a vida por Jesus. Pensei que se dormisse passasse, mas não passou!”
Nasceu em setembro de 1985, no Porto. Cresceu numa família católica e ia à missa todos os domingos. Teve uma educação “rija” e “rígida”, mas “sempre com amor em casa”. Estudou em escolas católicas, mas a escola nunca lhe interessou muito. Gostava das aulas de artes e música, mas desde cedo percebeu que “decorar coisas” não era para ele. “Com 14 anos ia à missa do colégio todos os dias, não sei se era para fugir às aulas”, lembra. Ser padre nunca esteve nos planos, mas aos 21 anos tudo mudou. Bastaram dois meses de reflexão para fazer as malas e trocar Portugal, a banda que tinha com amigos e a vida de universitário, por Roma e por um curso de Teologia. “Senti uma vontade enorme, uma alegria enorme e um desejo gigante de poder dar a vida por Jesus. Pensei que se dormisse passasse, mas não passou!”, recorda. O padre jesuíta, compositor e músico, Duarte Rosado, é o convidado do novo episódio do Geração 80. Ouça aquiSee omnystudio.com/listener for privacy information.
--------
1:11:07
Marina Gonçalves: “O que mais ouvi foi que não tinha experiência e que não sabia o que era a vida. Essa é sempre a discussão mais fácil”
Nasceu e cresceu em Caminha e é lá que regressa quase todos os fins de semana. É a irmã mais velha, “a segunda mãe", do irmão oito anos mais novo. Desportista desde pequena, tem um curso de mergulho e foi jogadora de voleibol até à faculdade. “Era boa a receber e a distribuir”, recorda. Deixou Caminha pela primeira vez para estudar Direito no Porto. Regressou com o objetivo de ser advogada na terra onde nasceu, mas recebeu um convite para assumir o cargo de assessora jurídica do Grupo Parlamentar do PS, em Lisboa. O pai achou que a filha não ia aceitar, mas nem hesitou. O “bichinho” da política cresceu quando começou a trabalhar com Pedro Nuno Santos e desde aí andaram sempre de “braços dados”. O caminho que fez na política e no partido “não foi um acaso”. Aos 34 anos tornou-se ministra da Habitação, a mais jovem de sempre do PS. Marina Gonçalves é a convidada do novo episódio do Geração 80, conduzido por Francisco Pedro Balsemão. Esta conversa foi gravada dias depois do resultado das eleições do passado dia 18 de maio, à data o PS e o Chega estavam empatados no número de deputados eleitos para a Assembleia da República.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Livres e sonhadores, os anos 80 em Portugal foram marcados pela consolidação da democracia e uma abertura ao mundo impulsionada pela adesão à CEE. Foram anos de grande criatividade, cujo impacto ainda hoje perdura. Apesar dos bigodes, dos chumaços e das permanentes, os anos 80 deram ao mundo a melhor colheita de sempre? Neste podcast, damos voz a uma série de portugueses nascidos nessa década brilhante, num regresso ao futuro guiado por Francisco Pedro Balsemão, nascido em 1980