EXTRA: O ataque de Israel e o contra-ataque do Irã
Era madrugada de sexta-feira, no horário local, quando uma ofensiva israelense mirou o “coração do programa de armamento nuclear” do Irã. Os bombardeios de Israel atingiram pelo menos três instalações nucleares e mataram chefes militares e cientistas. As forças israelenses afirmam que o objetivo da operação era impedir o avanço do programa nuclear iraniano. Menos de 24 horas depois, o contra-ataque iraniano começou: as cidades de Tel Aviv e Jerusalém foram alvo. A escalada de ataques entre Israel e Irã reacende o temor de um conflito nuclear, além do risco de um conflito generalizado no Oriente Médio. Neste episódio extra de O Assunto, Natuza Nery recebe Tanguy Baghdadi e Hussein Kalout para explicar os motivos que levaram ao ataque israelense, e o que esperar da resposta iraniana. Tanguy Baghdadi, professor de política internacional e fundador do podcast Petit Journal, detalha os elementos que levaram à ofensiva israelense neste momento: a situação política do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, a queda de importantes apoiadores do regime iraniano e a crise interna no governo de Teerã. Ele relembra que o programa nuclear iraniano foi incentivado pelos próprios EUA, ainda na década de 1950, e justifica porque não interessa ao Irã que os americanos entrem nesta guerra. “Agora temos uma guerra de um para um”, diz, ao falar dos riscos de a guerra se espalhar. Depois, Hussein Kalout, cientista político e conselheiro do Cebri (Centro Brasileiro de Relações Internacionais), avalia que o Irã está “emparedado” por dois motivos: o isolamento regional, depois de não responder aos ataques israelenses contra importantes aliados, e o risco interno de ver surgir um levante contra o regime. Por fim, ele conclui quais são os interesses dos EUA no conflito.
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38:07
Os caminhos para a responsabilização das redes sociais
Na quinta-feira (12), o ministro do STF Alexandre de Moraes deu o sétimo voto a favor para que empresas de tecnologia sejam responsabilizadas pela publicação de conteúdos ilegais ou criminosos. No dia anterior, o Supremo já havia formado maioria para mudar a interpretação do artigo 19 do Marco Civil da Internet. Os ministros Edson Fachin, Cármen Lúcia e Nunes Marques ainda precisam votar. O julgamento está marcado para recomeçar no dia 25 de junho. A Corte caminha para definir que não é mais necessária uma decisão judicial para que as plataformas tirem do ar conteúdos ilegais ou criminosos – regra em vigor desde 2014, quando o Marco Civil foi sancionado e criou as bases legais para o uso da internet no Brasil. Para entender o que está em jogo na discussão no Supremo, Natuza Nery conversa com Nuria López, sócia de tecnologia da Daniel Advogados e doutora em Teoria e Filosofia do Direito pela PUC de São Paulo. Nuria detalha o que diz o artigo 19 e porque ele está sendo rediscutido agora. Ela relembra os casos concretos que levaram essa discussão à Suprema Corte, entre eles um envolvendo o finado Orkut. Na conversa, Núria explica os novos modelos de regulação de redes sociais, entre eles o chamado ‘notice and takedown’, mecanismo pelo qual as redes ficam responsáveis pelo conteúdo a partir do momento em que são notificadas.
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29:01
Los Angeles: o epicentro da onda de protestos nos EUA
Em meio a uma onda de protestos contra as prisões feitas pelo ICE (Immigration and Customs Enforcement), a polícia da imigração dos Estados Unidos, a prefeita de Los Angeles, uma das cidades mais importantes da Califórnia, nos EUA, decretou toque de recolher. A medida da democrata Karen Bass foi tomada para conter a violência. Desde meados da semana passada, manifestantes bloquearam vias e queimaram veículos, principalmente em locais próximos de prédios públicos. A polícia local usou bombas de efeito moral e balas de borracha. Com a escalada de tensão, Trump enviou agentes da Guarda Nacional para o estado da Califórnia, mesmo sem o pedido do governador, o democrata Gavin Newsom. Quem explica o embate político e pessoal por trás disso é Guga Chacra, comentarista da Globo, da Globonews, da CBN e colunista do jornal O Globo. "Trump quer transformar os EUA em uma espécie de regime autoritário. Ele sabe que não vai conseguir ir tão longe, mas a democracia está se deteriorando." Antes, para entender a importância dos imigrantes para Los Angeles, Natuza Nery recebe Felippe Coaglio, correspondente da Globo e GloboNews nos Estados Unidos, que fala direto da cidade. Coaglio conta como age o ICE e como os protestos se espalharam para outros locais do país. "Essa ação do ICE está chamando a atenção pela amplitude do que está acontecendo e, claro, pela forma mais truculenta do que o usual."
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33:20
Bolsonaro: o interrogatório no STF
Durante duas horas e 9 minutos, Jair Bolsonaro foi interrogado na ação penal sobre a tentativa de um golpe de Estado. Sentado frente a frente com Alexandre de Moraes, o ex-presidente negou a existência de um plano de golpe e admitiu ter conversado com militares sobre o que chamou de “saídas dentro da legalidade” para o resultado das urnas. Bolsonaro disse que “não havia clima” para um golpe. E negou ter enxugado a chamada minuta do golpe. O ex-presidente pediu desculpas a Moraes quando foi questionado sobre ter insinuado que ministros do Supremo recebiam propina durante as eleições. Ele ainda negou ter estimulado manifestações ilegais e chamou de “malucos” aqueles que pedem um novo AI-5 ou uma intervenção militar. Para detalhar e analisar os significados políticos do interrogatório de Jair Bolsonaro, Natuza Nery recebe a jornalista Vera Magalhães, colunista do jornal O Globo, âncora na rádio CBN e apresentadora do programa Roda Viva, da TV Cultura. Juntas, elas avaliam a postura adotada pelo ex-presidente no Supremo: no esperado encontro com Alexandre de Moraes, teve até clima de descontração – Bolsonaro “convidou” Moraes para ser seu candidato a vice em 2026; o ministro declinou. Vera também responde em quais momentos Bolsonaro se complicou e em quais outros apresentou contradições. Depois, Natuza Nery recebe Eloísa Machado, professora de Direito da FGV-SP e coordenadora do grupo de pesquisa Supremo em Pauta. Eloísa avalia as consequências do depoimento para o futuro jurídico de Bolsonaro. Para ela, durante o interrogatório no Supremo, Bolsonaro se defendeu, mas também fez “palanque”, com afirmações direcionadas para sua base de apoio. Ela explica ainda os próximos passos da ação no Supremo Tribunal Federal.
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38:11
Mauro Cid: o interrogatório no STF
Por quase 4 horas, Mauro Cid se sentou frente a frente com Alexandre de Moraes no primeiro dia dos depoimentos dos 8 réus no julgamento sobre a tentativa de golpe de Estado. Também réu no processo, o ex-presidente Jair Bolsonaro acompanhou tudo o que seu ex-ajudante de ordens falou. Cid confirmou que Bolsonaro leu e editou na chamada minuta do golpe — documento que previa medidas autoritárias para reverter o resultado das eleições de 2022. Cid colocou o general Braga Netto como personagem central na trama golpista. Diante de Moraes, Cid confirmou a acusação feita pela PGR e declarou ter “presenciado grande parte dos fatos, mas sem participar diretamente deles”. Em vários momentos, o tenente-coronel disse não se lembrar de detalhes de reuniões entre os réus do caso. Neste episódio, Natuza Nery recebe Octávio Guedes. Juntos, eles passam pelos principais pontos do interrogatório de Mauro Cid. Comentarista da GloboNews e colunista do g1, Octávio analisa se Mauro Cid parece, mesmo sendo delator, preservar o ex-chefe. E responde como as declarações do tenente-coronel complicam Bolsonaro e Braga Netto. Ele conclui também sobre como as perguntas feitas pela defesa do ex-presidente fazem parte de uma estratégia de carimbar “mentiroso” na testa de Mauro Cid.
Um grande assunto do momento discutido com profundidade. Natuza Nery vai conversar com especialistas, com personagens diretamente envolvidos na notícia, além de jornalistas e analistas da TV Globo, do g1, da Globonews e demais veículos do Grupo Globo para contextualizar, explicar e oferecer diferentes pontos de vista sobre os assuntos mais relevantes do Brasil e do mundo.
O podcast O Assunto, em comemoração aos 5 anos de existência, selecionou os 10 episódios essenciais para todo ouvinte na playlist 'This Is O Assunto'. Ouça agora no Spotify:
https://open.spotify.com/playlist/37i9dQZF1DXdFHK4Zrimdk